Quando José Menese tinha 25 anos, o seu nome, a sua discografia e a explicação do seu trabalho renovador e dignificador da arte flamenca já apareciam no Dicionário Larousse. Caso único entre os artistas do gênero naqueles anos. E isso mostra o quão meteórica é sua fama. Este facto pode resumir a importância de uma carreira artística que foi além do pessoal para explicar uma grande mudança sociológica e cultural na valorização desta arte. Porque José Menese, juntamente com Francisco Moreno Galván, interessou novas camadas sociais, criadores de opinião e cultura, no flamenco, ao fazer viva no seu canto a chamada Cultura Jonda, um dos mais fortes suportes da liderança musical que tanto significou nos anos da transição espanhola. Movimento que, embora limitado à década de 70, as suas raízes e lideranças culturais e sociais foram apoiadas pela maioria dos escritores, artistas visuais e músicos populares cuja actividade veio das gerações de 27 e 50, aqueles que protagonizou o realismo social dos anos 60 e o ativismo político determinado nos próprios anos 70. Até que todo aquele riquíssimo movimento, no qual José Menese teve parte e parte decidida, cessou com o “Nenhum compromisso nos anos 80”, que significou o fim do ativismo cultural que apoiou a transição espanhola.
GÊNESIS GARCÍA GÓMEZ
Génesis García Gómez é um pilar muito importante para manter viva a chama do flamenco em Cartagena. Além disso, a sua personalidade de investigadora flamenga é uma das mais marcantes que a nossa Região já deu, pois contribuiu com elementos antropológicos e sociológicos aos históricos ou literários que já conhecíamos. Entre suas publicações está a biografia de José Menese. Além disso, é responsável pela seção de flamenco da editora Almuzara.