A ressonância da voz profunda de um poeta.
Uma estrofe popular abre esta coleção de poemas: “Chame-me proteção, / o doente procurava alívio / mal, e não consigo encontrar”. A seguir, Niño de Elche começa a tecer diferentes imagens poéticas dedicadas à ideia de casa, imagem que aquece a memória e o imaginário de cada um, que nos protege dos ataques da vida.
A partir daí, entre as brumas do esquecimento, surge a imagem daqueles pais, andaluzes que se estabeleceram em Elche para trabalhar nas fábricas de calçado; aquela casa, a cozinha, a mesa com o azeite servido num prato e o sal numa pequena pilha, a mãe que cozinha em lume brando; também a memória de ter vivido entre ovelhas, uma espingarda de cano único que pertenceu ao avô e a sua fome, a fome dos antepassados que permanece como um rasto...
Imagens sépia se desenrolam diante de nós, até chegarmos ao menino Paco, como ele descobre sua identidade e quem é hoje, como continua se transformando através da arte e de sua voz e dos dons que a vida dá, agora em cores vivas. Sempre com “a coragem de saber que se faz parte de uma história já escrita [...] com a determinação e a tranquilidade que vem de reconhecer que toda marca será apagada pelo tempo, esse grande juiz do esquecimento”.
Editora: Espasa
Tema: Poesia | poesia contemporânea
Coleção: ESPASAesPOETRY
Número de páginas: 112