Com este livro, uma figura central do flamenco em Granada, Curro Albaicín, faz um inventário e uma homenagem a tantos artistas do mundo da zambra, das grutas do Sacromonte e do flamenco granadino que não tiveram o reconhecimento que mereciam. A história dos ciganos de Sacromonte traz consigo um manancial de informações que demonstram a influência e importância que tiveram no Flamenco e outras expressões artísticas para grandes músicos, poetas, escultores ou pintores e, sobretudo, reflecte o esforço desse mundo artístico para manter suas tradições, seu folclore e sua vizinhança.
Em grande parte, esta obra trata dos artistas que actuaram nas zambras desde 1850 até às cheias de 1963, quando Sacromonte estava desabitado e os seus habitantes tiveram que abandoná-lo para viver noutros bairros de Granada. Albaicín fez uma busca, não sem acidentes, pois a maioria dos ciganos tinham os mesmos apelidos e a mistura entre as famílias era tão grande que se tornava muito difícil desvendar um emaranhado de apelidos. Os sobrenomes ciganos por excelência em Sacromonte são hoje bem conhecidos: Heredia, Amaya, Maya, Cortés, Fernández, Fajardo, Bustamante ou Carmona. De quase todos eles podemos extrair grandes figuras do cante: Mario Maya, Manolete, a saga Carmona (cujos últimos membros estrelaram o fenômeno Ketama), os irmãos Cortés, Marina Heredia... E novas figuras continuam a nascer disso. verdadeiro núcleo do granaíno flamenco...